Outubro Rosa: entrevista com Roseane
Barbosa
Por Mani Ceiba
Também conhecido como neoplasia, o
câncer de mama é caracterizado pelo crescimento de células cancerígenas na
mama. Segundo dados do Instituto Nacional do Câncer (INCA), é o segundo tumor
mais comum entre as mulheres, atrás apenas para o câncer de pele, e o primeiro
em letalidade.
Apesar dos dados alarmantes, sua
ocorrência é menor antes dos 35 anos e nem todo tumor é maligno – a maioria dos
nódulos detectados na mama é benigna. Além disso, quando diagnosticado e
tratado na fase inicial da doença, as chances de cura do câncer de mama chegam
a até 95%. Por isso, é extremamente importante a mulher aprender a se tocar,
fazer o autoexame e observar seu corpo. Para mulheres acima de 40 anos, fazer
a mamografia preventiva anualmente – ela é considerada um dos procedimentos
mais eficazes na detecção precoce do câncer de mama. (Dados: mulheresconscientes)
Para falarmos mais sobre o assunto e
ouvir quem já passou por isso, convidei Roseane Maria Barbosa, 63 anos, para
uma bate-papo rápido. Com leveza e firmeza ao mesmo tempo, ela nos conta como
foi passar esse momento.
Rose mora na região de Visconde de
Mauá, e fez o tratamento fora do Estado do Rio, pelo SUS. Mas, agora de volta,
faz aqui todo o acompanhamento também pelo SUS. Falamos pelo telefone e foi
tudo muito simples e agradável. Rose fala sobre o tema com muita consciência e
fé.
Quando foi diagnosticada? Qual seu primeiro pensamento? Como foi aquele primeiro dia após o diagnóstico?
Maio de 2019. No primeiro momento
fiquei um pouco desnorteada, mas logo em seguida pensei: ‘E agora? Por onde
começo?’
Quanto tempo durou o tratamento?
O tratamento entre quimio, cirurgia e
radioterapia no meu caso durou um ano.
Teve momentos que teve medo ou dúvidas
e como fazia para se fortalecer?
Medo não! Dúvidas muitas em relação ao
tratamento.
Para fortalecer: temos uma força que
nem sabemos! Essa força surgiu naturalmente, mas tratei de reforçar na
confiança total no Criador. Tinha certeza que estava passando por uma fase e
que tudo passaria. Então aproveitei para observar o que a vida estava querendo
mostrar. Porque sem dúvida nenhuma existem transformações com toda essa
experiência e isso é especial.
O que mudou de prioridades durante o
tratamento e depois?
Prioridades: essa sem dúvida é uma das
lições! Passar na peneira o que realmente importa. Valorização da vida, passei
sempre a dizer: ‘O que é um seio diante da vida?’ Sem falar na tomada de
consciência, no amor próprio que não tem a ver com a beleza ou não do corpo,
mas cuidar dele como um todo – mente e espírito.
Como foi fazer os exames e ver que
estava curada?
Temos um bom tempo pela frente de 6 em
6 meses durante 5 anos com controle e exames, pois sempre existe uma ameaça.
Mas não penso nisso, estou aprendendo a viver mais no aqui e agora e isso tem
sido muito bom. O resto deixo na mão do Criador. Porém observo o movimento que
a vida traz e leva.
Tem planos para seu futuro?
Não tenho plano pro futuro, se tenho
um plano é só paz! Viver o máximo que a vida me dá!
Qual a lição ou conselho que pode dar
para todas que estão passando pelo tratamento?
Lição: cada pessoa reage ao seu jeito.
Só posso falar por mim, como eu reagi. Procurei aquietar sentimentos negativos
e sem vitimismo. Fazendo jus a essas três palavras:
CONFIO – ACEITO – AGRADEÇO.