terça-feira, 19 de outubro de 2021

 


Outubro Rosa: entrevista com Roseane Barbosa

Por Mani Ceiba

Também conhecido como neoplasia, o câncer de mama é caracterizado pelo crescimento de células cancerígenas na mama. Segundo dados do Instituto Nacional do Câncer (INCA), é o segundo tumor mais comum entre as mulheres, atrás apenas para o câncer de pele, e o primeiro em letalidade.

Apesar dos dados alarmantes, sua ocorrência é menor antes dos 35 anos e nem todo tumor é maligno – a maioria dos nódulos detectados na mama é benigna. Além disso, quando diagnosticado e tratado na fase inicial da doença, as chances de cura do câncer de mama chegam a até 95%. Por isso, é extremamente importante a mulher aprender a se tocar, fazer o autoexame e observar seu corpo. Para mulheres acima de 40 anos, fazer a mamografia preventiva anualmente – ela é considerada um dos procedimentos mais eficazes na detecção precoce do câncer de mama. (Dados: mulheresconscientes)

Para falarmos mais sobre o assunto e ouvir quem já passou por isso, convidei Roseane Maria Barbosa, 63 anos, para uma bate-papo rápido. Com leveza e firmeza ao mesmo tempo, ela nos conta como foi passar esse momento.

Rose mora na região de Visconde de Mauá, e fez o tratamento fora do Estado do Rio, pelo SUS. Mas, agora de volta, faz aqui todo o acompanhamento também pelo SUS. Falamos pelo telefone e foi tudo muito simples e agradável. Rose fala sobre o tema com muita consciência e fé. 



Quando foi diagnosticada? Qual seu primeiro pensamento? Como foi aquele primeiro dia após o diagnóstico?

Maio de 2019. No primeiro momento fiquei um pouco desnorteada, mas logo em seguida pensei: ‘E agora? Por onde começo?’

Quanto tempo durou o tratamento?

O tratamento entre quimio, cirurgia e radioterapia no meu caso durou um ano.

Teve momentos que teve medo ou dúvidas e como fazia para se fortalecer?

Medo não! Dúvidas muitas em relação ao tratamento.

Para fortalecer: temos uma força que nem sabemos! Essa força surgiu naturalmente, mas tratei de reforçar na confiança total no Criador. Tinha certeza que estava passando por uma fase e que tudo passaria. Então aproveitei para observar o que a vida estava querendo mostrar. Porque sem dúvida nenhuma existem transformações com toda essa experiência e isso é especial.

O que mudou de prioridades durante o tratamento e depois?

Prioridades: essa sem dúvida é uma das lições! Passar na peneira o que realmente importa. Valorização da vida, passei sempre a dizer: ‘O que é um seio diante da vida?’ Sem falar na tomada de consciência, no amor próprio que não tem a ver com a beleza ou não do corpo, mas cuidar dele como um todo – mente e espírito.

Como foi fazer os exames e ver que estava curada?

Temos um bom tempo pela frente de 6 em 6 meses durante 5 anos com controle e exames, pois sempre existe uma ameaça. Mas não penso nisso, estou aprendendo a viver mais no aqui e agora e isso tem sido muito bom. O resto deixo na mão do Criador. Porém observo o movimento que a vida traz e leva.

Tem planos para seu futuro?

Não tenho plano pro futuro, se tenho um plano é só paz! Viver o máximo que a vida me dá!

Qual a lição ou conselho que pode dar para todas que estão passando pelo tratamento?

Lição: cada pessoa reage ao seu jeito. Só posso falar por mim, como eu reagi. Procurei aquietar sentimentos negativos e sem vitimismo. Fazendo jus a essas três palavras:

CONFIO – ACEITO – AGRADEÇO.